OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ: CONFIRMAÇÃO (II )
“Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: ‘Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo.’ Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.” (Jo 1,33-34). Desde os primórdios do Antigo Testamento que “os profetas anunciam a efusão do Espírito Santo, primeiro sobre o Messias esperando – lembro aqui que Jesus foi gerado pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem mãe -- em vista de sua missão salvífica, depois sobre todo o povo de Deus. Por várias vezes Jesus prometeu esta efusão do Espírito (Cf. Lc 12,12; Jô 3,5-8; 7,37-39; 16,7-15; At 1,8), promessa que realizou primeiramente no dia da Páscoa (Cf. Jo 20,22) e em seguida, de maneira mais marcante, no dia de Pentecostes (Cf. At 2,1-4). Repletos do Espírito Santo, os apóstolos começaram a proclamar ‘as maravilhas de Deus’ (At 2,11), e Pedro começou a declarar que esta efusão do Espírito é sinal dos tempos messiânicos (Cf. At 2,17-18). Os que então creram na pregação apostólica e que se fizeram batizar também receberam o dom do Espírito Santo (Cf. At 2,38).” (CIC). Caríssimos irmãos e irmãs, o segundo Sacramento da Iniciação é a Confirmação, também chamado de Crisma; é o sacramento do dom do Espírito Santo por excelência, uma vez que constitui o selo definitivo da filiação divina, isto é, somos assumidos plenamente como filhos e filhas de Deus; logo, a recepção deste sacramento é essencialmente necessária à consumação da graça batismal, ou seja, confirma em nós a herança concedida pelo sacramento do Batismo. Outra característica deste sacramento é o reforço dado à fé do cristão, a fim de que seja um apóstolo, um missionário, um homem ou mulher de Deus que testemunha por palavras e por sua vida sua adesão a Cristo Jesus. Em suma, nos tornamos testemunhas da ressurreição do Senhor. Também por este sacramento somos vinculados mais perfeitamente à Igreja como células vivas, enriquecidas de força especial do Espírito Santo e estreitamente agregados à fé Católica recebida dos Apóstolos. No rito deste sacramento convém considerar o sinal da unção e aquilo que a unção designa e imprime: o selo espiritual. Por esta unção, o confirmado recebe ‘a marca’, o selo do Espírito Santo. O selo é símbolo da pessoa (Cf. Gn 3,1-8; Ct 8,6), sinal de sua autoridade (Cf. Gn 41,42), de sua propriedade sobre um objeto (Cf. Dt 32,34). Cristo mesmo se declara com o selo de seu Pai (Cf. Jo 6,27). Também o cristão está marcado por um selo: ‘Aquele que nos fortalece convosco em Cristo e nos dá a unção é Deus, o qual nos marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito’ (2Cor 1,21-22). Este selo do Espírito Santo marca a pertença total a Cristo, o colocar-se a seu serviço, para sempre, mas também a promessa da proteção divina na grande tribulação (Cf. Ap 7,2-3; 9,4; Ez 9,4-6). Na liturgia do sacramento da confirmação os confirmandos fazem a renovação das promessas batismais e a profissão de fé; o Bispo estende as mãos sobre o conjunto dos confirmandos, gesto que, desde o tempo dos apóstolos, é sinal do dom do Espírito, e faz a invocação da efusão do Espírito Santo com uma oração; em seguida confere pela unção do santo crisma na fronte, feita com a imposição da mão, o sacramento dizendo as seguintes palavras: ‘Recebe, por este sinal, o Dom do Espírito Santo’; o ósculo da paz, que encerra o rito, significa e manifesta a comunhão eclesial com o Bispo e todos os fiéis. Caros irmãos e irmãs, todo cristão batizado e ainda não confirmado pode e deve receber este sacramento que para nós é sinônimo de plenitude da graça, unção divina e salutar que aumenta em nós os dons e os frutos do Espírito Santo, capacitando-nos a vivermos plenamente ainda neste mundo o reino de Deus e a sua justiça. Que assim seja! Paz e Bem! Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 30/12/2006
Alterado em 08/01/2010 |