A VIDA, EM MARIA, É ETERNA...
Quando o Espírito Santo gerou o Filho de Deus no ventre de Maria, a vida eterna chegou até nossa humanidade, tomou posse dela e a redimiu definitivamente; Maria tornou-se, então, arquétipo e modelo dos redimidos e desse modo, toda de Deus em definitivo, assume o papel da nova Eva, isto é, mãe da nova humanidade, redimida pelo sacrifício do seu Filho Jesus, novo Adão, conforme o Plano divino de salvação. Desse modo, Deus entra e se estabelece em sua criatura e assim nossa natureza humana é plenificada de Deus, Deus agora é homem sem deixar de ser Deus e o homem conhece a Deus em sua humanidade. E Maria, então, por meio dessa perfeita união com Deus, torna conhecido o grande mistério da deificação humana e da humanização divina. Ela não é mais uma simples criatura ou simples mulher, ela, pela presença permanente do Espírito Santo, tem a Deus em seu ventre virginal, cede-lhe a carne e o sangue que o Senhor lhe cedeu quando da criação do homem. Desse modo, Deus resgata em definitivo, não mais um povo, mas todos os povos, dos quais Maria é a primeira resgatada; ela é a mãe e serva de Deus, e Deus é o Pai e Senhor de todos os resgatados em Jesus Cristo, seu Filho, nascido da Virgem. Esse Mistério que ora vivemos como novos redimidos, se realiza em nós a partir do batismo e da comunhão eucarística, isto é, da comunhão no Corpo e Sague, Alma e Divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos alimenta e constitui nosso novo corpo ressuscitado com o qual fazemos parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja, do qual Jesus é a Cabeça e nós somos os membros. Ora, tudo isso se tornou realidade em Maria desde o momento da concepção do Verbo que a alimenta e é alimentado por ela numa permuta que se completa plenamente. Ele é o Ser divino que dá a vida eterna, mas que, ao mesmo tempo, recebe a vida natural que criou, de Maria, e assim a transforma no que Ele é, ser eterno. Por isso, em Maria a verdade é permanente, o amor de Deus também é permanente, assim como todas as virtudes nela são atributos, porque a vida natural que tem já não lhe pertence mais, pertence somente a Deus; desse modo, olhar para Maria é contemplar as maravilhas que Deus nela realizou e glorificar o Senhor, que o fará também em nós, não como aconteceu com a Virgem, porque o que nela aconteceu é único e jamais se repetirá, mas da forma como Deus quer, ou seja, por meio da fé (cf. Mc 3,33-34). Contemplando a vida de Maria santíssima plena de Deus e seu modo de ser diante do Altíssimo, “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa Palavra”; qual deve ser a nossa conduta diante do Senhor cada vez que o recebemos na Eucaristia? Além disso, o que dizer ainda mais de Maria, mãe de Deus, mãe da Igreja e mãe da nova humanidade redimida? O Reino de Deus é o estado por excelência das almas purificadas e adotadas por Deus como seus filhos e filhas; estado onde todos os valores eternos são em plenitude; pois é justamente o que experimentou Maria quando da ação divina nela ainda em sua naturalidade aqui no tempo. Ora, o Poder de Deus é o Amor, o Amor numa escala Infinita, porém, podemos também entender o poder de Deus expresso na criação ou nas forças da natureza, por exemplo: o poder do mar, dos elementos físicos, do sol, das estrelas, do cosmos, etc., como pertencente a Deus; na verdade esses poderes são apenas uma pálida imagem do poder divino. Agora imaginemos esse divino poder habitando a santíssima Virgem Mãe! Pois, não há limite para a ação divina, como também não há espaço para a Plenitude de Deus, desse modo, somente a alma imortal é capaz recebe-lo, como também fundir-se Nele e para Ele, como seu deu com a Virgem Maria. Por isso mesmo, todo entendimento que tenhamos do que Deus fez e pode fazer ainda é nada em comparação com o amor que Deus expressou por nós na pessoa da Virgem Maria quando da encarnação do seu Verbo divino, Jesus Cristo, nosso Senhor. Paz e Bem! Frei Fernando,OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 25/03/2012
|