A DEVOÇÃO DA ORDEM FRANCISCANA À IMACULADA CONCEIÇÃO
Devoto é aquele que acende a chama da devoção em seu coração, por reconhecer as maravilhas de Deus nos filhos e filhas que Ele santificou, ou seja, é aquele que procura honrar com profundo amor as almas escolhidas e santificadas por Deus, pedindo sua intercessão para que se cumpra em sua vida o plano da salvação que o Senhor traçou para toda humanidade. Nosso Seráfico pai, São Francisco, muito contribuiu para a devoção mariana com o seu exemplo de fé na Mãe de Deus. São Boaventura, na sua Legenda Maior, assim escreveu sobre sua devoção: “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda sua confiança. Por isso, a escolheu para advogada sua e de seus irmãos e jejuava com muita devoção em honra dela desde a festa dos apóstolos Pedro e Paulo até à festa da Assunção.” (LM IX,3,1-2). Também o primeiro Biógrafo de São Francisco, Beato Tomás de Celano, escreveu o seguinte: «Rodeava de um amor indizível a Mãe de Jesus, por ter feito irmão nosso o Senhor de toda a majestade. Em sua honra cantava louvores especiais, arguia-lhe súplicas, consagrava-lhe afetos, tantos e tais que nenhuma língua humana os conseguiria exprimir.» (Vida Segunda: 198,1-2). Uma dessas expressões de louvor de São Francisco se encontra na Antífona “Santa Virgem Maria” no Ofício da Paixão do Senhor, composto por ele: “Santa Virgem Maria, não veio a este mundo mulher semelhante a ti, filha e serva do Rei altíssimo, o Pai celeste, mãe de nosso santíssimo Senhor Jesus Cristo, esposa do Espírito Santo, roga por nós juntamente com São Miguel Arcanjo e todas as Virtudes do céu e todos os Santos, a teu santíssimo e dileto Filho, nosso Senhor e Mestre”.[1] Logo, seu amor e devoção à Santíssima Virgem, tornou-se fonte de inspiração e exemplo para toda a Ordem e os fiéis em geral que o escutava e seguia seus passos devocionais fielmente. Com efeito, como herança dessa santa devoção, lembramos a nossa querida e amada Coroa Franciscana, que trata da oração em honra das sete alegrias que Maria Santíssima viveu aqui na terra. Segundo o irmão Luke Wedding,[2] historiador franciscano, essa devoção começou em 1422 com um jovem noviço muito piedoso que por uma visão recebeu a incumbência de divulgá-la a pedido da Mãe do Senhor, e logo se difundiu tal devoção por toda a Família Franciscana. Esta devoção é favorecida com muitas indulgências concedidas pelos Papas, são ganhas pelos Franciscanos e os fiéis devotos que rezarem a Coroa Franciscana. Daí, concluímos que a devoção da Ordem Franciscana à Imaculada Virgem Maria, baseia-se na ardente devoção de São Francisco. Ele é tão eloquente em sua devoção para com a “Mãe do Senhor” que consagrou as três Ordens que fundou aos seus cuidados. A primeira Ordem teve início justamente aos pés de Nossa Senhora dos Anjos, ou seja, numa capelinha dedicada à Mãe do Senhor, chamada Porciúncula, em Assis. É por isso, que nos registros dos Frades Menores Conventuais, em sua Cúria Geral em Roma, todos os frades recebem o nome de Maria como complemento no nome próprio, em sinal dessa consagração da Ordem à Virgem Imaculada, Mãe do Senhor e nossa Mãe. Por fim, em sua mensagem, por ocasião do Capítulo da OFM em Assis (10/05/2003), o Beato João Paulo II, exortou ao Ministro Geral e todos os frades, dizendo: “Dirigi-vos todos os dias à "Virgem que se fez Igreja" (Francisco Saudação à Bem-Aventurada Virgem Maria: FF 259), à Rainha dos Apóstolos, à "Advogada da Ordem" (Celano, Vita seconda, CL, 198: FF 786), com a oração do Rosário, oração extraordinariamente evangélica e franciscana”.[3] Paz e Bem! Frei Fernando Maria,OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 06/11/2013
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