QUANDO O QUE VIVEMOS É ENCONTRO COM CRISTO, Todas as criaturas são o que são, menos o ser humano, por causa de sua liberdade-racionalidade, que se traduz no poder de decidir seu querer e executar, e com isso definir o seu devir. Na obra da criação, existe uma divina sincronia-harmonia, tudo foi criado somente para o bem de todos; no entanto, quando não vivemos essa sincronia-harmonia como ela é, a realidade é transformada por nós para algo desarmonioso e perverso, e a nossa situação, por vezes, torna-se devastadora e até desafiadora da fé num Deus que é Senhor da criação e tem todo poder sobre o céu e sobre a terra. Ora, isso tudo constatamos em todas as camadas de nossa sociedade; chega a ser constrangedor o desequilíbrio social no qual estamos mergulhados, por falta da vivência dessa sincronia-harmonia que Deus nos dá por meio da fé e de sua presença no meio de nós. Com efeito, na atual circunstância porque passa a humanidade, será que os homens não percebem a presença de um espírito maligno, que domina aqueles que praticam toda espécie de maldade? Eles ofendem a tudo e a todos, nos lançando em precipícios cada vez mais horrendos. De fato, precisamos urgentemente mudar esse situação; mas, será que conseguiremos do jeito que estamos vivendo? Creio que por nós mesmo seja impossível, dada à decadência de valores humanos e o esfriamento da fé. Todavia nem tudo está perdido, porém, só temos uma saída, o encontro com Jesus Cristo e a permanência nele, que é fundamental para vencermos o mal, que tenta espalhar sua maldade em nosso meio como uma epidemia sem controle. No evangelho de São João, nós lemos o seguinte: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus. Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus”. (Jo 3,16-21). Assim, depois de meditarmos estas palavras, o que mais podemos pensar ou dizer? Na verdade, precisamos ouvi-las com a máxima atenção e pô-las em prática de imediato, pois, sem esse encontro com Cristo, não há nada de bom, porque somente no encontro e permanência em Cristo Jesus é que a vontade de Deus se realiza totalmente em nossa vida. De fato, Jesus assumiu todas as compreensões e condições humanas, até mesmo a sensação de abandono por parte do Pai, por isso, olhando o sofrimento, a morte e a ressureição do Filho de Deus, ninguém pode dizer que Deus não nos ama ou que nos abandona, porque, na verdade, é Ele que sofre conosco o martírio temporal que sofremos em nossa carne, como sofreu com seu Filho Jesus Cristo, para nos dar o que há de mais precioso em seu amor, a vida eterna. Logo, crer na vida eterna que Deus nos dá por meio do Filho Jesus Cristo, não é quimera, é a única verdade que nos liberta, a nós simples mortais. De que adianta ser o que somos, ter o que temos, viver o que vivemos, se tudo isso se resumir a uma cova rasa ou um pote de cinzas e nada além disso? A vida foi nos dada como prova de amor, mas ela só será tirada àqueles que não quiseram amar. Porque quem ama não morre, permanece em Deus que é Amor. Quando o que pensamos e fazemos é a vontade de Deus, expressa em seus mandamentos e nos ensinamentos de Jesus Cristo e de sua Igreja, isto é a verdade que nos salva e nos leva à mesma santidade do Filho de Deus. Mas, o que é a santidade? É a vontade de Deus para todos (cf. Mt 5,48); e mesmo que os homens não queiram uma vida de santidade, por suas obras más, esta permanece a vontade de Deus para todos, pois Deus é Santo e comunica a sua santidade à todos que lhe obedecem. Destarte, o amor que brota do encontro com Cristo é um amor diligente, zeloso, que cuida e se doa totalmente, que compreende sempre sem nada exigir. É como escreveu, São Paulo: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará”. (1Cor 13,4-8). Portanto, quem encontra Jesus Cristo e Nele permanece, tem a vida eterna desde já, para além de tudo o que há neste mundo. Paz e Bem! Frei Fernando Maria,OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 25/02/2014
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