Caríssimos, o Domingo de Ramos é o início da Semana Santa, nesse dia os fiéis recordam a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém como o herdeiro do Trono de Davi, pois é seu filho; assim se cumpre a profecia: "O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: “Um herdeiro que é fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu lugar!" “De Davi farei brotar um forte herdeiro,

acenderei ao meu ungido uma lâmpada. Cobrirei de confusão seus inimigos, mas sobre ele brilhará minha coroa!”

 

De fato, todas as profecias que dizem respeito ao Messias se cumpriram em Jesus, inclusive essa entrada triunfal do Senhor na cidade santa: "Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta." Para a cultura hebraica um rei que entra na cidade montado num jumento significa que ele é um rei de paz, pois esse animal representa a mansidão, a paz, porque é assim que o rei deve governar seu povo. 

 

A narrativa da paixão do Senhor neste dia mostra o contraste de um povo que o aceita de bom grado como o Messias; mas, acossado pelos os chefes que o conduz, termina por condenar à morte aquele que antes aclamara como Rei. Caríssimos, nesta hora vemos quanto ódio, injustiça, inveja, calúnia, malícia e perversidade usaram os algozes do Senhor tentando o eliminar de sua missão messiânica. Por outro lado, vimos a vitória do Filho de Deus sobre os seus inimigos nessa guerra espiritual na qual nós também estamos, pois suas armas são invencíveis: verdade, inocência, misericórdia, perdão, oração. Quem luta com essas armas espirituais nunca perde nenhuma guerra. 

 

Ora, quem são os inimigos do Senhor? Onde eles estão? Caríssimos, Deus que criou todas as coisas continua a Sua obra e ninguém poderá interromper a salvação que Jesus veio trazer para o seu povo. Os inimigos do Senhor conheciam muito bem a verdade, mas jamais aderiram à ela; sabiam que Jesus era inocente, mas jamais o aceitaram; também sabiam que mentiam, caluniavam e enganavam o povo, pois ninguém peca sem dar a permissão para pecar. 

 

Daí vem a sentença final; mesmo recebendo o perdão de Jesus, eles não o aceitaram, pois continuaram mentindo e praticando as mesmas atrocidades, visto que após a ressurreição do Senhor, pagaram os guardas que vigiavam o sepúlcro para que espalhassem o boato de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus. 

 

Conclusão: não pode ser feliz quem se põe nesta vida contra Deus e o seu plano de salvação para os seus filhos e filhas. 

 

Paz e Bem! 

 

Frei Fernando Maria OFMConv.