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Caríssimos, a lógica do Evangelho é a lógica do amor incondicional à Deus e ao próximo como à si mesmo; fora dela, não se vive com equilíbrio os dias de nossa estadia neste mundo. São João quando se refere a esse amor incondicional, nos mostra que não se pode amar a Deus sem que amemos também uns aos outros: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos." Ou seja, na obediência ao Senhor se revela esse amor.

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Existe uma tendência humana que em muito prejudica a nossa capacidade de amar, trata-se do julgamento de valor, exercido numa espécie de tribunal subjetivo no qual os outros são julgados e até mesmo condenados tendo como base pretensos valores ou critérios pessoais. Na verdade, tal atitude não passa de um emaranhado de pretextos eivados de preconceitos, discriminações e julgamentos injustos.

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É algo semelhante ao que vimos no Evangelho de hoje: "Naquele tempo, disse Jesus às multidões: "Veio João, que nem come e nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’.” Ora, assim compreendemos que até mesmo Jesus e João não escaparam desse tipo de julgamento. 

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Caríssimos, bem nos ensinou São Francisco de Assis: "Somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais." Ou seja, somente Deus nos julga com justiça, porque nos criou e conhece a nossa essência; fora Dele, todos somos réus.

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Por isso, escutemos o que diz o Senhor: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.