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 O TRONCO CAÍDO...
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Há uma bela lenda dos índios Cherokee sobre o "ritual de passagem" que diz isto :
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“O pai leva o filho para a floresta, coloca uma venda nos olhos e o deixa lá, sozinho.
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O jovem deve permanecer sentado em um tronco a noite toda, sem remover a venda até que os raios do sol o avisem que é de manhã.
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Ele não pode e não deve pedir ajuda a ninguém.
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Se ele sobreviver à noite, sem se desmoronar, será um homem.
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Não pode contar a sua experiência aos amigos ou a ninguém, porque cada jovem tem que se tornar um homem sozinho.
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O jovem está claramente aterrorizado... ele ouve muitos barulhos estranhos ao seu redor.
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Certamente existem feras ferozes ao seu redor.
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Talvez até homens perigosos que o machuquem.
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O vento sopra forte a noite toda balançando as árvores, mas ele continua corajosamente, sem tirar a venda dos olhos.
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Afinal, é a única maneira de se tornar um homem!
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Finalmente, depois de uma noite assustadora, o sol sai e ele tira a venda dos olhos.
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E é nesse momento que ele percebe que o pai está sentado no tronco, ao lado dele.
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Esteve de guarda toda a noite protegendo o filho de qualquer perigo.
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O pai estava lá, embora o filho não soubesse.”
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Nós também nunca estamos sozinhos.
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Na noite mais assustadora, no escuro mais profundo, na solidão mais completa, mesmo quando não nos damos conta disso, Deus nunca nos abandona, e nos guarda, sentado no tronco ao nosso lado.
Fazendo uma analogia dessa belíssima lenda...
Também nós estamos como que na floresta deste mundo aguardando a maturidade da vida eterna com os olhos vendados pelo invisível que nos envolve, aguardando Jesus, o Sol da Justiça que com os raios de sua Infinita Misericórdia nos iluminará no dia eterno da sua Parusia...
E enquanto esperamos esse dia, embora sofrendo as ameaças dos inimigos de nossas almas, eles não nos poderão vencer, porque Deus, nosso Pai, nos ama e permanece ao nosso lado e em Seu Silêncio Sagrado nos protege, nos dando resguardo para que nenhum mal impeça a maturidade de nossa filiação divina...
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 26/05/2020
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