PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,22-25)(03/03/22)
Caríssimos, dentre os acontecimentos desta breve vida natural, o mais trágico de todos é a morte, porque significa desaparecer, sumir como presença real, por isso, quando um ente querido morre, seus parentes sentem sua perda, no entanto, permanece a lembrança dos momentos felizes impressa em suas almas, e logo dizem: quanta saudade... Quanta falta nos faz... De fato, o que seria de nós sem a garantia da vida eterna que o Senhor Jesus nos dá (cf. Jo 14,1-6)?
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus anuncia que sofrerá muito e será morto por seus algozes, os anciãos, os sumos sacerdotes e doutores da Lei; mas também anuncia que no terceiro dia ressuscitará. Por isso, alerta os seus discípulos e a todos os seus seguidores: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?” (Mc 9,22-25).
De fato, mesmo em meio as provações que sofremos neste mundo por conta da nossa finitude, a esperança que nasce da fé na ressurreição nos dá uma enorme sensação de segurança, porque não vivemos para este mundo nem para nós mesmos, mas sim para Deus que nos criou por amor e nos sustenta na vida por sua Divina Providência; e caso falharmos não correspondendo ao Seu amor, logo vem em nosso socorro por Sua Divina Misericórdia.
No entanto, não basta nos sentirmos amados, perdoados e queridos até a última gota do Sangue de Cristo; é preciso perseverarmos no estado de graça, isto é, na comunhão com o Senhor, porque, caso contrário, facilmente nos deixamos dominar pelo pecado que causa a morte de quem o comete.
De certo, a quaresma é um tempo de treinamento que fazemos por meio da oração, da penitência e das obras de misericórdia a fim de nos fortalecer no combate espiritual contra as tentações e o pecado, de modo que, vencendo a nós mesmos, venceremos todos os inimigos visíveis e invisíveis, mas isso só é possível mediante a renúncia de si mesmo, para seguirmos o Senhor Jesus, levando a nossa cruz de cada dia. Aliás, depois da crucifixão do Senhor Jesus, ninguém entra no céu sem antes passar pelo crivo da cruz.
Portanto, caríssimos, recitemos com profunda devoção esta apaixonante exortação de são Paulo: "Meu ardente desejo e minha esperança são que em nada serei confundido, mas que, hoje como sempre, Cristo será glorificado no meu corpo (tenho toda a certeza disto), quer pela minha vida quer pela minha morte. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro." (Fl 1,20-21).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 03/03/2022
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