PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(08/03/22)
Caríssimos, não basta recebermos os dons de Deus, precisamos aprender a usá-los, pois, por mais perfeito que sejamos por nós mesmos, tomemos consciência de que nada conhecemos além do que a nossa razão pode compreender. Por isso, disse são Paulo: "Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por ele tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo e estar com ele." (Fl 3,8-9).
Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus ensina os seus discípulos a rezar e assim os instrui: “Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais." Ou seja, oração não é uma multiplicidade de pedidos, é encontro com o Pai nosso que nos conhece e nos recebe como seus filhos e filhas.
E qual deve ser a nossa postura nesse encontro com o nosso Pai celestial? O Senhor Jesus também nos ensina: "Quando orardes, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á." (Mt 6,5-6). Ou seja, oração é intimidade da alma que encontra em Deus a saciedade que tanto precisa.
Vejamos, ainda o que nos ensina o Senhor Jesus no mais perfeito modelo de oração, o Pai nosso: as três primeiras invocações nos conduz, ao verdadeiro testemunho: "santificado seja o vosso nome"; à fé inabalável: "venha a nós o vosso reino", e ao amor incondicional: "seja feita a vossa vontade." Ou seja, é o apelo humilde da alma que se submete livremente ao Seu Criador.
De certo, nas outras três invocações apresentamos a nossa fragilidade frente as adversidades para obtermos a graça de vence-las: do alimento corporal: "O pão nosso de cada dia dai-nos hoje." Do perdão para vencermos as nossas imperfeições: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". E por fim, a graça para vencermos as tentações e o maligno que as sugere: "E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal."
Portanto, caríssimos, eis a conclusão que chegamos sobre a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: rezar é amar, é fazer a vontade de Deus, ou seja, é um encontro íntimo, um diálogo amoroso, uma escuta atenta; para assim transparecermos a sua presença, como Moisés, que ao sair do seu encontro com o Senhor, transparecia o Seu brilho estampado em em sua alma e em sua face. (cf. Ex 34,29-35).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 09/03/2022
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