Homilia do 29°Dom do Tempo Comum (Lc 18,1-8)(16/10/22)
Amados irmãos e amadas irmãs, "manifestar a Deus "todas" as nossas necessidades e desejos é colocar-nos sob a sua luz e ver se eles são legítimos ou não. Nós somos verdadeiramente aquilo que pedimos; nossos pedidos nascem espontaneamente no coração e sobem aos nossos lábios; dize-los a Deus é testa-los e purifica-Los." (MR).
Meditemos com amor e atenção esta homilia do 29Dom do Tempo Comum.
Caríssimos, a fé, a oração e a perseverança são dons que se completam tornando possível tudo o que não podemos por nós mesmos, pois tem seu fundamento nesta exortação do Senhor Jesus: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b). Desse modo, acreditar não é apenas uma expressão verbal, mas um forte apelo/desejo para que se cumpra a vontade de Deus em qualquer situação da nossa vida.
Com feito, essa palavra nos revela que a fé contém o poder de mudar até mesmo a lei natural, como aconteceu inúmeras vezes no ministério do Senhor, que após realizar um milagre ou cura dizia ao beneficiado ou beneficiada: "a tua fé te salvou." Ou seja, movidos pela fé se aproximavam do Senhor Jesus para que realizasse as maravilhas que somente Deus pode fazer.
Na primeira leitura vemos que a luta contra o mal é travada pela fé, a oração, a perseverança e a ajuda dos nossos irmãos, servindo-nos do que está ao nosso alcance, mas sempre confiantes de que a vontade de Deus se realizará ainda quando em certos momentos vacilemos, todavia, por mantermos a confiança Ele vem em nosso auxílio e nos liberta.
O Evangelho de hoje começa com a seguinte introdução: "Jesus contou aos discípulos uma parábola para mostra-lhes que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo." (Lc18, 1). Com isso, compreendemos que a nossa oração antes de ser palavra que implora, é silêncio profundo para ouvir e acolher o que Deus nos fala. Ou seja, nós entramos em comunhão com Deus nos dispondo a fazer a sua vontade, ouvindo-o.
De fato, quem reza assim tem a certeza de rezar e ser escutado, porque toda oração é sempre um encontro, um diálogo amoroso e filial, por isso, não é feita apenas de pedidos ou súplicas, mas sim como interação, pois Deus conhece muito bem as nossas necessidades, e se permite que lhe falemos é porque nos ama e responde o que pedimos.
Portanto, caríssimos, prestemos muita atenção, porque o final do Evangelho de hoje é uma pergunta escatológica que a humanidade precisa responder: "Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” Eis o grande desafio que temos que enfrentar, e só é possível vence-lo mediante a oração perseverante, como a da viúva dessa Parábola contada por Jesus.
Amados irmãos e amadas irmãs, após a ressurreição o Senhor Jesus vai ao encontro dos Apóstolos no Cenáculo e disse-lhes: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós.
Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos." (Jo 20,21-23). Ou seja, no Sacramento da Confissão somos perdoados e nos preparamos para o encontro com Deus na oração.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 16/10/2022
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