FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Textos


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 21,15-19)(26/05/23). 

 

Caríssimos, certa feita disse o Senhor Jesus a respeito das perseguições: "Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós." (Mt 10,28-31).

 

De fato, a vida mais do que um dom é uma missão; viver e fazer a vontade de Deus, amando-o sobre todas as coisas, se constitui o verdadeiro sentido da vida que Dele recebemos. Aliás são João na sua primeira carta nos ensina: "Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus; e todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que dele foi gerado. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos." (1Jo 5,1-2).

 

Com efeito, não fomos criados para vivermos por acaso, pois seria o mesmo que viver para a morte, aliás sobre isto, eis o que diz o Livro de Sabedoria: "Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. 

 

Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal." (Sb 1,11). Desse modo, compreendemos que a graça do Senhor supera infinitamente os limites de nossa natureza, e que depois da sua ressurreição a morte natural tornou-se Páscoa para os que com Ele ressuscitam.

 

No Evangelho de hoje, Jesus não só confirma o perdão dado a Pedro, por meio de sua retratação, como também a missão que lhe concedera (cf Mt 16,16-19); e mais ainda, profetiza com que morte Pedro haveria de glorificar a Deus. Desse modo, compreendemos que a obediência do seguimento requer, de nossa parte, a renúncia de tudo que somos e temos por nós mesmos, para vivermos a grande graça de sermos conduzidos pelo Espírito Santo e o seu santo modo de agir em nosso viver, como vimos o exemplo de São Paulo na primeira leitura.

 

Portanto, caríssimos, é certo que buscamos planejar tudo na vida e vivermos conforme o que planejamos; mas num dado momento sentimos que por mais organizados que sejamos, nossos planos quase sempre naufragam nas águas turvas de nossos limites; e quando nos retratamos com o Senhor, como Pedro o fez, recebemos também a confirmação de nossa missão e a graça de como glorificarmos a Deus e assim entrarmos no seu Reino.

 

Destarte, cumpramos a nossa missão seguindo esta exortação e exemplo de são Paulo: "Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério. Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. 

 

Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição." (2Tm 4,5-8).

 

Paz e Bem! 

 

Frei Fernando Maria OFMConv.

Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 26/05/2023


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