PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 16,29-33)(13/5/24)
1. Amados irmãos e amadas irmãs, vivemos numa luta espiritual constante, mas o Senhor que nos conhece perfeitamente, sempre nos concede uma pausa, um descanso para recobrarmos as forças da alma e assim prosseguirmos seguros até atingirmos a perfeição por Ele desejada. . 2. Na primeira leitura de hoje vimos Paulo interrogar doze dos discípulos de João Batista e lhes conferir o Batismo conforme o Senhor, lhes conferindo também o Santo Crisma em que eles receberam a plenitude do Espírito Santo. E como vimos, a transformação interior e exterior deles foi imediata e sensível. (cf. At 19,6). . 3. Com efeito, também nós que recebemos o batismo fomos tirados do mundo e feitos discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo, para seguirmos suas pegadas na estrada da vida eterna conduzidos pelo Espírito Santo. De fato, o Senhor nos confere o Seu Santo Espírito para vivermos plenamente da interação com Ele e assim realizarmos em todos os sentidos de nossa vida a vontade do Pai. . 4. Decerto, não obstante inúmeras correntes de pensamentos, de filosofias e religiões e muitas delas usando o nome do Senhor Jesus, não nos espantemos nem nos confundamos, pois tudo isso faz parte da divisão presente na natureza humana desde que os nossos primeiros pais permitiram que o pecado entrasse nela. . 5. Todavia, de nossa parte, permaneçamos fiéis à nossa fé católica que recebemos dos Apóstolos, concedida por Cristo, Sacramento universal da salvação de todos os que nela recebem o Batismo, como Ele nos ensinou no Evangelho segundo Mateus: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”. (Mt 28,16-20). . 6. No Evangelho de hoje disse o Senhor: "Agora acreditais? Eis que vem a hora, ou melhor, já chegou, em que vos dispersareis cada um para seu lado e me deixareis só; mas eu não estou só, porque o Pai está comigo". Ora, os discípulos têm a ilusão de que já conhecem o seu mestre, porque ele fala abertamente, isto é, de forma direta e ousada, já não recorrendo a parábolas ou símiles, como antes. . 7. Todavia, Jesus conhece o seus corações e a fragilidade da sua fé, que vai bater de frente com o escândalo da cruz e terão de passar por uma dispersão. Há uma fé que vive apenas no nosso cérebro, aquela em que acreditamos ter compreendido tudo sobre Jesus. Essa fé é puro intelectualismo que, no fundo, não muda a vida, não orienta as escolhas, não faz uma experiência pessoal com o Senhor. . 8. É como quando alguém pensa que sabe o que é o amor porque leu muitos romances, viu filmes ou estudou tratados de psicologia. Mas a vida é uma realidade e, por isso, exige realismo. Jesus confronta os seus discípulos com a realidade que os fará perder-se, já não compreenderão nada, reagirão fugindo, dispersar-se-ão, mas não se perderão. Ele não o permitirá.
9. A solidão a que condenam Cristo será uma das experiências mais dolorosas da Paixão. Jesus diz abertamente que, por mais solitário que se sinta humanamente, sabe bem que não o é, porque o Pai está sempre com Ele. . 10. Pode também acontecer-nos que, perante as provas mais duras, fiquemos divididos e dispersos. É nessas tristes circunstâncias que, se não formos bem iluminados e sustentados pelo Espírito Santo, acabamos por deixar até o Senhor sozinho, como fizeram os Apóstolos. . 11. Jesus reafirma a importância vital da fé e da confiança total a depositar, não nas nossas fragilidades, mas no seu poder divino: repete hoje à sua Igreja, a cada um de nós: "Tende confiança, Eu venci o mundo!" (Mons. Angelo Spina, Arcivescovo di Ancona - Osimo e Vice Presidente della Conferenza Episcopale Italiana). . Paz e Bem! . Frei Fernando Maria OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 13/05/2024
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