FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
07/04/2012 10h01
ESTE É O DIA QUE O SENHOR NOS FEZ...

 

ESTE É O DIA QUE O SENHOR NOS FEZ... DIA DE ALEGRIA E DE JÚBILO...

«Eis que renovo todas as coisas» (ap 21,5)

 O mundo inteiro, que celebra a vigília pascal durante toda esta noite, testemunha a grandeza e a solenidade da mesma. E com razão: nesta noite a morte foi vencida, a Vida está viva, Cristo ressuscitou dos mortos. Outrora, Moisés dissera ao povo, a propósito desta Vida: «Sentireis a vossa vida suspensa e tremereis noite e dia» (Dt 28,66). [...]

Que aqui se trata de Cristo Senhor, é Ele próprio que no-lo mostra no Evangelho, quando diz: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). Ele diz-Se o caminho, porque conduz ao Pai; a verdade, porque condena a mentira; e a vida, porque comanda a morte [...]: «Onde está, ó morte, a tua vitória?  Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» (1Co 15,55) Porque a morte, que sempre fora vitoriosa, foi vencida pela morte d'Aquele que a venceu. A Vida aceitou morrer para desconcertar a morte. Da mesma forma que, ao nascer do dia, as trevas desaparecem, assim foi a morte aniquilada, quando se ergueu a Vida eterna. [...]

Eis, pois, o tempo pascal. Outrora, Moisés falou ao seu povo dizendo: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano» (Ex 12,2). [...] O primeiro mês do ano não é, portanto, Janeiro, em que tudo está morto, mas o tempo pascal, em que tudo retorna à vida. Porque é agora que a erva dos prados, de certa forma, ressuscita da morte, é agora que há flores nas árvores e que as vinhas têm rebentos, é agora que o próprio ar parece feliz com o início dum novo ano. [...]

Este tempo pascal é, assim, o primeiro mês, o tempo novo [...] e, também neste dia, o gênero humano é renovado. Pois hoje, no mundo inteiro, inumeráveis povos ressuscitam, pela água do batismo, para uma vida nova. [...] E nós, que acreditamos que o tempo pascal é, na verdade, o ano novo, devemos celebrar esse santo dia com toda a alegria e exultação e júbilo espiritual, para podermos dizer, verdadeiramente, este refrão do salmo: «Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!» (117,24).

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 07/04/2012 às 10h01
 
06/04/2012 19h31
QUE LHE RETRIBUIREMOS, ENTÃO, POR TUDO ISTO?

 

QUE LHE RETRIBUIREMOS, ENTÃO, POR TUDO ISTO?
 
Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero 
Sobre o governo de Deus Sobre o governo de Deus 
 
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13) 
 
O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32)
 
Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho ─ e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este Filho que é Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quer dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. [...]
 
Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De fato, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos.
 
Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. E, agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9).
 
A prova que Ele nos deu foi ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito, não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado, mas teria sido como aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos, então, por tudo isto? 
 
Paz e Bem!  
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 06/04/2012 às 19h31
 
05/04/2012 07h10
O CORDEIRO IMOLADO LIBERTOU-NOS DA MORTE PARA A VIDA

 

O CORDEIRO IMOLADO LIBERTOU-NOS DA MORTE PARA A VIDA

 Muitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o mistério da Páscoa, que é Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém (Gl 1,5). Ele desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem; revestiu-se da nossa natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si os sofrimentos do homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as paixões da carne; seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida.

Foi levado como cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções do mundo, como outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão do demônio, como outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas como sinal do seu Espírito e os nossos corpos com seu sangue. Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao faraó. Foi ele que destruiu a iniquidade e condenou a injustiça à esterilidade, como Moisés ao Egito.

Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino sem fim, e fez de nós um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa salvação. Foi ele que tomou sobre si os sofrimentos de muitos: foi morto em Abel; amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José; exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e ultrajado nos profetas.

Foi ele que se encarnou no seio da Virgem, foi suspenso na cruz, sepultado na terra e, ressuscitando dos mortos, subiu ao mais alto dos céus. Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de Maria, a bela ovelhinha; retirado do rebanho, foi levado ao matadouro, imolado à tarde e sepultado à noite; ao ser crucificado, não lhe quebraram osso algum, e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas ressuscitando dos mortos, ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro.

Paz e Bem!

Fonte: Da Homilia sobre a Páscoa, de Melitão de Sardes, bispo

(N.65-71: SCh123,94-100) (Séc.II)


Publicado por Frei Fernando Maria em 05/04/2012 às 07h10
 
04/04/2012 09h22
A BONDADE DIVINA NOS CONVIDA AO CÉU...

 

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja 
Sermões sobre o evangelho de João, n.° 27, § 10 
 
Deus tira do mal o bem e da injustiça a justiça 
 
«Não vos escolhi Eu a vós, os Doze? Contudo, um de vós é um diabo» (Jo 6,70). O Senhor devia dizer: «Escolhi onze de vós»; terá ele escolhido um demónio, haveria um demónio entre os eleitos? [...] Diremos nós que, ao escolher Judas, quis o Salvador cumprir através dele, contra sua vontade, sem que ele soubesse, uma obra tão grande e tão boa? Isto é próprio de Deus [...]: fazer que as más obras dos maus sirvam o bem [...]. O mau faz que todas as boas obras de Deus sirvam o mal; o homem de bem, ao contrário, faz que as más ações dos maus sirvam o bem. Haverá alguém tão bom quanto o Deus único? O próprio Senhor diz: «Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,18) [...]
 
Haverá quem seja  pior do que Judas? De entre os discípulos do Mestre, de entre os Doze, foi ele o escolhido para guardar a bolsa e prover aos pobres (Jo 13,29). Mas depois de tal dom, é ele quem recebe dinheiro para entregar Aquele que é a Vida (Mt 26,15); perseguiu como inimigo Aquele a Quem tinha seguido como discípulo [...]. Mas o Senhor fez que tão grande crime servisse o bem. Aceitou ser traído para nos resgatar: eis como o crime de Judas se transmuta em bem.
 
Quantos mártires terá Satanás perseguido? Mas, se não o tivesse feito, não celebraríamos hoje o triunfo daqueles [...]. O mau não pode contrariar a bondade de Deus. Ainda que Satanás seja um artesão do mal, o supremo Artesão não permitiria a existência do mal se não soubesse servir-Se dele para que tudo concorra para o bem. 
  
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/04/2012 às 09h22
 
28/03/2012 07h40
FAZEI AS OBRAS DE ABRAÃO

 

FAZER AS OBRAS DE ABRAÃO

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo - Homilia 83

Em Mambré, três homens aproximam-se de Abraão e colocam-se de pé junto dele (Gn 18). Imaginai a cena: estes homens apresentam-se acima dele, não à face dele. Abraão submeteu-se à vontade de Deus, o que fica expresso pelo fato de Deus Se apresentar num nível superior ao dele. Portanto, Eles não se apresentam [...] diante dele para o humilhar, mas acima dele, para o proteger.

Abraão acolhe os três homens e serve-lhes três medidas de pão. Que explicação dar a isto, meus irmãos, se não a de que ele reconhece o mistério da Trindade? Também lhes leva um vitelo que não é duro, mas «dos mais tenros e gordos». Para ser assim tão bom, assim tão tenro, não pode senão tratar-se d'Aquele que Se humilhou por nós até à morte, Cristo. É mesmo Ele, o vitelo gordo que o Pai imola para celebrar o regresso do filho pródigo arrependido (cf. Lc 15,23): «Porque, tanto amou Deus o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16).

 

Abraão vai, portanto, ao encontro dos três homens, mas Aquele que ele adora é único. [...] Como já disse, aqui discernimos o mistério da Trindade; se ele se prostrou em adoração, como se, diante dele, estivesse apenas uma pessoa, foi porque sabia que Deus é único em três pessoas. Dirige-se apenas a uma pessoa, ao dizer: «Peço-te que não passes adiante, sem parar em casa do Teu servo» (v. 3); mas acrescenta, deixando que se pense que se dirige a várias pessoas: «Permite que se traga um pouco de água para Vos lavar os pés» (v. 4).

Que o bem-aventurado Abraão vos sirva de exemplo, irmãos, para receberdes os vossos hóspedes com amabilidade, e lhes lavardes os pés com humildade e respeito. [...] Não negligencieis este propósito, irmãos, vós que não quereis mostrar-vos hospitaleiros, vós que recebeis o vosso hóspede como a um inimigo. De fato, devido à sua hospitalidade, o bem-aventurado Abraão mereceu receber Deus em pessoa, recebendo estes três homens. Cristo também confirma este propósito, dizendo no Evangelho: «Era peregrino e vós Me recolhestes» (Mt 25,35). Não negligencieis, pois, os viajantes, não seja que vos recuseis a receber o próprio Deus.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 28/03/2012 às 07h40



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