FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
14/11/2011 12h08
A LUZ DA FÉ...

 

A LUZ DA FÉ...
 
São Gregório Magno (540-604), Papa e Doutor da Igreja 
Homilias sobre os Evangelhos, n.º 2, 7 
 
«Vê. A tua fé te salvou» 
 
Consideremos que o Senhor diz ao cego que se aproxima: «Que queres que te faça?». Desconhecia Aquele que detinha o poder de dar a vista o que queria o cego? O que o Senhor pretende é tão só que Lhe peçamos as coisas, se bem que saiba de antemão que as pediremos e que Ele no-las concederá. Exorta-nos a rezar por elas até ao enfado aquele que, no entanto, nos diz: «O vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós Lho pedirdes» (Mt 6, 8). Se, portanto, nos pergunta, é para que Lho peçamos; se interroga, é para levar o nosso coração a rezar. [...]
 
Aquilo que o cego pede ao Senhor não é ouro, mas luz. Ele não quer saber de pedir outra coisa senão luz. [...] Imitemos este homem, irmãos caríssimos [...]. Não peçamos ao Senhor nem enganadoras riquezas, nem presentes terrenos, nem honras passageiras, mas luz; não a luz circunscrita pelo espaço e limitada pelo tempo, interrompida pela noite e que partilhamos com os animais, mas a luz que só os anjos dividem connosco e que não tem começo nem fim. O caminho para chegar a essa luz é a fé. E é com toda a razão que o Senhor diz ao cego a quem de imediato vai dar a luz: «Vê! A tua fé te salvou». 
 
  Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 14/11/2011 às 12h08
 
09/11/2011 12h37
SOMOS A CASA DE DEUS

 

SOMOS A CASA DE DEUS
 
Lansperge, o cartuxo (1489-1539), religioso, teólogo 
Sermão sobre a consagração da igreja; Opera omnia, 1, 702ss. 
 
«Vós sois o templo de Deus e o Espírito de Deus habita em Vós» (1Co 3,16) 
 
A consagração que comemoramos hoje diz respeito, na realidade, a três casas. A primeira é o santuário material. [...] É certo que podemos rezar em qualquer lado e que não há nenhum sítio onde não possamos rezar. No entanto, é muito conveniente termos consagrado a Deus um local especial onde todos nós, os cristãos que formamos esta comunidade, nos possamos reunir para louvar e rezar a Deus juntos, e assim obter mais facilmente aquilo que pedimos, graças a esta oração comum, segundo a palavra: «Se dois de entre vós se unirem, na terra, para pedirem qualquer coisa, obtê-la-ão de Meu Pai que está nos céus» (Mt 18,19). [...]
 
A segunda casa de Deus é o povo, a comunidade santa que encontra a sua unidade nesta igreja, isto é, vós, que sois guiados, instruídos e alimentados por um só pastor ou bispo. É a casa espiritual de Deus, da qual a nossa igreja, esta casa material de Deus, é o sinal. Cristo construiu este templo espiritual para Si mesmo. [...]
 
Esta morada é formada pelos eleitos de Deus passados, presentes e futuros, reunidos pela unidade da fé e da caridade nesta Igreja una, filha da Igreja universal, e que aliás é una com a Igreja universal. Considerada à parte das outras Igrejas particulares, ela não é senão uma parte da Igreja, como o são todas as outras Igrejas.
 
Porém, estas igrejas formam em conjunto a única Igreja universal, mãe de todas as Igrejas. [...] Ao celebrar a consagração da nossa igreja, não fazemos mais do que recordar-nos, no meio das ações de graças, dos hinos e dos louvores, da bondade que Deus manifestou ao chamar este pequeno povo a conhecê-Lo. [...]
 
A terceira casa de Deus é qualquer alma santa devotada a Deus, a Ele dedicada pelo batismo, tornada templo do Espírito Santo e morada de Deus. [...] Quando celebras a consagração desta terceira casa, recordas simplesmente o favor que recebeste de Deus quando Ele te escolheu para vir habitar em ti pela Sua graça. 
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 09/11/2011 às 12h37
 
07/11/2011 18h19
UM HOMEM MISERICORDIOSO É UM HOMEM VERDADEIRAMENTE DIVINO

 

UM HOMEM MISERICORDIOSO É UM HOMEM VERDADEIRAMENTE DIVINO

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo

Sermão 71, para o dia de Todos os Santos

«Perdoa-lhe»

«Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7). Diz-se que a misericórdia de Deus ultrapassa todas as Suas obras; e é por isso que um homem misericordioso é um homem verdadeiramente divino, porque a misericórdia nasce da caridade e da bondade. Por esta razão é que os verdadeiros amigos de Deus são muito misericordiosos e acolhem os pecadores e os que sofrem, contrariamente aos que não têm esta caridade. E, como a misericórdia nasce da caridade, devemos tê-la uns para com os outros [...]; se não a exercemos, no dia do juízo, Nosso Senhor pedir-nos-á uma justificação especial [...]

Esta misericórdia não consiste somente em dar, mas exerce-se também em relação a todos os sofrimentos que podem abater-se sobre o próximo. Aquele que vê isso sem testemunhar aos seus irmãos uma verdadeira caridade e uma autêntica compaixão por todos os seus sofrimentos, e não fecha os olhos às suas faltas, com um sentimento de misericórdia, esse homem tem razão para temer que Deus lhe recuse a Sua misericórdia, porque «conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados» (Mt 7,2).

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 07/11/2011 às 18h19
 
03/11/2011 11h30
HAVERÁ MAIS ALEGRIA NO CÉU...

 

HAVERÁ MAIS ALEGRIA NO CÉU...

 

São João Maria Vianney (1786-1859), presbítero, cura de Ars

Sermão para o 3º Domingo de Pentecostes, 1º sobre a misericórdia

«Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte»

A conduta de Jesus Cristo durante a Sua vida mortal mostra-nos a grandeza da Sua misericórdia pelos pecadores. Vemos que todos vêm ter com Ele para Lhe fazer companhia; e Ele, longe de os repelir ou de Se afastar deles, pelo contrário, serve-Se de todos os meios para Se encontrar com eles, a fim de os atrair a Seu Pai. Vai buscá-los através dos remorsos de consciência; renova-os pela Sua graça e conquista-os com os Seus modos amorosos. Trata-os com tanta bondade, que chega a tomar a Sua defesa contra os escribas e os fariseus que os querem recriminar e que parecem não querer suportá-los ao pé de Jesus Cristo.

E vai ainda mais longe: de tal forma quer justificar a Sua conduta que, em atenção a eles, conta uma parábola que lhes mostra, da melhor maneira possível, a grandeza do Seu amor pelos pecadores, dizendo-lhes: «Um bom pastor que tinha cem ovelhas, tendo perdido uma, deixou todas as outras para correr atrás da que se tinha perdido e, tendo-a encontrado, pô-la aos ombros, para a poupar à dureza do caminho. Depois, tendo-a levado para o redil, convidou os Seus amigos a regozijarem-se com ele por ter encontrado a ovelha que julgava ter perdido».

Acrescenta ainda a parábola duma mulher que tinha dez dracmas e, tendo perdido uma, acendeu a sua lamparina para procurar em todos os recantos da casa e, tendo-a encontrado, convidou todas as amigas para se regozijarem com ela.  «É assim, disse-lhes Ele, que todo o céu se alegra pelo regresso dum pecador que se converte e faz penitência. Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores; não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes» (Lc 5,31-32).

Vemos que Jesus Cristo aplica a Si próprio essas vivas imagens da grandeza da Sua misericórdia para com os pecadores. Que felicidade para nós saber que a misericórdia de Deus é infinita. Que enorme desejo devemos sentir nascer em nós, de nos lançarmos aos pés de um Deus que nos receberá com tanta alegria!

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 03/11/2011 às 11h30
 
01/11/2011 12h03
A PERFEITA COMUNHÃO DOS SANTOS...

 

A PERFEITA COMUNHÃO DOS SANTOS...

Balduíno de Ford (? - c. 1190), abade cisterciense e posteriormente bispo - Tratado da vida cenobita

«Creio na comunhão dos santos»

Irmãos amados, velemos com cuidado sobre tudo o que diz respeito à nossa vida comunitária, «esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz» pela «graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo» (Ef 4,3; 2Co 13,13). Do amor de Deus procede a unidade do espírito; da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o vínculo da paz; da comunhão do Espírito Santo, a comunhão necessária àqueles que vivem em comum. [...]

“Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos» (Credo). Aqui reside a minha esperança, a minha confiança, toda a minha segurança na confissão da minha fé. [...] Se me for dado, Senhor, poder «amar-Te e amar o meu próximo» (cf. Mt 22,37-39), embora os meus méritos sejam bem poucos, a minha esperança eleva-se muito acima deles.

Tenho confiança que, pela comunhão da caridade, os méritos dos santos me sejam úteis e, assim, a comunhão dos santos suprirá a minha insuficiência e a minha imperfeição. [...] A caridade dilata a nossa esperança até à comunhão dos santos, na comunhão das recompensas. Mas essa diz respeito aos tempos futuros: é a comunhão da glória que será revelada em nós.

Assim, há três comunhões: a comunhão da natureza, à qual se juntou a comunhão do pecado [...]; a comunhão da graça; e, finalmente, a da glória. Pela comunhão da graça, a comunhão da natureza começa a ser restabelecida e a do pecado é excluída; mas, pela comunhão da glória, a da natureza será reparada na perfeição e a cólera de Deus será totalmente excluída, quando «o Senhor Deus enxugar as lágrimas de todas as faces» dos santos (cf. Is 25,8; Ap 21,4).

Então, todos os santos terão como que «um só coração e uma só alma»; e «entre eles tudo será em comum», pois Deus será «tudo em todos» (cf. At 4,32; 1Co 15,28). Para que cheguemos a essa comunhão e nos assemelhemos na unidade, «que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam sempre conosco. Amém».

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 01/11/2011 às 12h03



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