FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
23/06/2013 10h06
A CRUZ DO SOFRIMENTO HUMANO É FORÇA PENITENCIAL

A CRUZ DO SOFRIMENTO HUMANO É FORÇA PENITENCIAL

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa «O amor à cruz», meditação de 24/11/1934

«Tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me»

O peso da cruz que Cristo carregou não é senão a decadência humana, com o seu cortejo dos pecados e sofrimentos que atingem a humanidade. O sentido do caminho da cruz é libertar o mundo desse fardo. […] Sendo a nossa felicidade a união com Cristo e sendo a progressão em direção a essa união a nossa bênção nesta terra, o amor à cruz não entra de modo nenhum em contradição com a alegria de ser filho de Deus. Ajudar a levar a cruz de Cristo dá uma alegria pura e profunda.

Aqueles a quem é dada essa possibilidade e essa força — os construtores do Reino de Deus — são os mais autênticos filhos de Deus. A predileção pelo caminho da cruz também não significa ter pena por ver passada a Sexta-feira Santa e concluída a obra de redenção; pois só os seres que foram salvos, os filhos da graça, podem carregar a cruz de Cristo. Só a sua união ao divino Chefe confere ao sofrimento humano uma força penitencial. […]

Manter-se de pé e avançar pelos sendeiros rudes e lamacentos desta terra, permanecendo com Cristo à direita do Pai; rir e chorar com os filhos do mundo e cantar sem cessar os louvores do Senhor com o coro dos anjos, tal é a vida dum cristão até que nasça a manhã da eternidade.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 23/06/2013 às 10h06
 
22/06/2013 07h40
BROTE A ORAÇÃO DO CORAÇÃO HUMILDE

BROTE A ORAÇÃO DO CORAÇÃO HUMILDE

Haja ordem na palavra e na súplica dos que oram, tranquilos e respeitosos. Pensemos estar na presença de Deus. Sejam agradáveis aos olhos divinos a posição do corpo e a moderação da voz. Porque se é próprio do irreverente soltar a voz em altos brados, convém ao respeitoso orar com modéstia. Por fim, ensinando-nos, ordenou o Senhor orarmos em segredo, em lugares apartados e escondidos, até nos quartos, no que auxilia a fé por sabermos estar Deus presente em toda a parte, ouvir e ver a todos e na plenitude de sua majestade penetrar até no mais oculto. Assim está escrito: Eu sou Deus próximo e não Deus longínquo. Se se esconder o homem em antros, acaso não o verei eu? Não encho o céu e a terra? E de novo: Em todo lugar os olhos de Deus vêem os bons e os maus.

Quando nos reunimos com os irmãos e celebramos como sacerdote de Deus o sacrifício divino, temos de estar atentos à reverência e à disciplina devidas. Não devemos espalhar a esmo nossas preces com palavras desordenadas, nem lançar a Deus com tumultuoso palavrório os pedidos, que deveriam ser apresentados com submissão, porque Deus não escuta as palavras e sim o coração. Com efeito, não se faz lembrado por clamores Aquele que vê os pensamentos, como o Senhor mesmo provou ao dizer: Que estais pensando de mal em vossos corações? E em outro lugar: E saibam todas as Igrejas que eu sou quem perscruta os rins e o coração.

Ana, no Primeiro Livro dos Reis, como figura da Igreja, tem esta atitude, ela que suplicava a Deus não aos gritos, mas silenciosa e modesta, no mais secreto do coração. Falava por prece oculta e fé manifesta, falava não com a voz mas com o coração, pois sabia ser assim ouvida pelo Senhor. Obteve plenamente o que pediu porque o suplicou com fé. A Escritura divina declara: Falava em seu coração, seus lábios moviam-se, mas não se ouvia som algum e o Senhor a atendeu. Lemos também nos salmos: Rezai em vossos corações e compungi-vos em vossos aposentos. Através de Jeremias ainda o mesmo Espírito Santo inspira e ensina: No coração deves ser adorado, Senhor.

O orante, irmãos caríssimos, não ignora por certo como o publicano orou no templo, com o fariseu. Não com olhos orgulhosos levantados para o céu nem de mãos erguidas com jactância, mas batendo no peito, confessando os pecados ocultos em seu íntimo, implorava o auxílio da misericórdia divina. Por que o fariseu se comprazia em si mesmo, mais mereceu ser santificado aquele que rogava sem firmar a esperança da salvação na presunção de sua inocência, já que ninguém é inocente; rezava, porém, reconhecendo seus pecados; e atendeu ao orante aquele que perdoa aos humildes.

Paz e Bem!

Fonte: Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir (Nn.4-6: CSEL 3,268-270)(Séc.III)


Publicado por Frei Fernando Maria em 22/06/2013 às 07h40
 
21/06/2013 10h49
SALMODIANDO COM A VIDA


SALMODIANDO COM A VIDA



 



Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Ambrósio, bispo



(Ps.1,9-12: CSEL64,7.9-10)(Séc.IV)



 



Salmodiarei com o espírito, salmodiarei com a mente...



 



O que há de mais agradável que um salmo? Davi já bem dizia: Louvai ao Senhor, porque é bom o salmo; a nosso Deus, alegre e belo louvor. E é verdade! O salmo é a bênção para o povo, a glória de Deus, o louvor da multidão, o aplauso de todos, a palavra do universo, a voz da Igreja, a canora confissão da fé, a devoção cheia de valor, a alegria da liberdade, o clamor do regozijo, a exultação da alegria. O salmo abranda a ira, desfaz a preocupação, consola na tristeza. Ele é a proteção noturna, o diurno ensinamento, um escudo no temor, uma festa na santidade, a imagem da tranquilidade, o penhor de paz e de concórdia, fazendo, à semelhança da cítara, um só cântico de muitas e diferentes vozes. Na aurora do dia, ressoa o salmo. Repercute o salmo ao cair da noite. Rivalizam no salmo a doutrina e a graça: ao mesmo tempo canta-se para deleite e aprende-se para instrução. O que é que não te ocorre ao ler os salmos?



Neles leio: Cântico para o amado e logo me inflamo de desejo da sagrada caridade. Neles encontro a graça das revelações, os testemunhos da ressurreição, os dons da promessa. Por eles aprendo a evitar o pecado, desaprendo de envergonhar-me da penitência pelas minhas faltas. O que é o salmo senão o instrumento das virtudes com que o venerável Profeta, tangendo-o com a palheta do Espírito Santo, faz ressoar pelo mundo a doçura da música celeste? Ao mesmo tempo em que ele, coordenando por meio de liras e cordas, isto é, das coisas mortas, a distinção dos diversos sons, dirigia o cântico do divino louvor para as realidades supremas. Ensinava com isso, em primeiro lugar, que devíamos morrer ao pecado e, em seguida, discernir em nossa vida mortal as várias obras de virtude pelas quais nossa gratidão se eleva até Deus.



Davi ensinou que devemos cantar no íntimo de nós mesmos, salmodiar no íntimo, como Paulo cantava, pois dizia: Orarei com o espírito, orarei com a mente; salmodiarei com o espírito, salmodiarei com a mente. Ensinou também que devíamos ordenar nossa vida e seus atos para a visão das realidades superiores, a fim de que o gosto pela doçura não excite os instintos do corpo, com os quais não se redime nossa alma, ao contrário se torna pesada. E, no entanto, o santo Profeta lembra-se de salmodiar para a redenção de sua alma, quando diz: Salmodiarei a ti, ó Deus, na cítara, Santo de Israel; ao cantar a ti jubilarão meus lábios e minha alma que remiste.



Paz e Bem!



Publicado por Frei Fernando Maria em 21/06/2013 às 10h49
 
06/05/2013 21h57
O SENHOR NOS FEZ NOVOS POR SEU ESPÍRITO...

 

O SENHOR NOS FEZ NOVOS POR SEU ESPÍRITO...

 

O Espírito Santo, que é Deus juntamente com o Pai e o Filho, nos renova pelo batismo; e do nosso estado de imperfeição, reintegra-nos na beleza primitiva. Torna-nos de tal forma repletos de sua graça, que não podemos admitir em nós qualquer coisa que não deva ser desejada. Além disso, liberta-nos do pecado e da morte. E de terrenos que somos, quer dizer, feitos do pó da terra, nos faz espirituais, participantes da glória divina, filhos e herdeiros de Deus Pai.

Faz-nos ainda conformes à imagem do Filho, seus coerdeiros e irmãos, destinados a ser um dia glorificados e a reinar com ele. Em vez da terra, dá-nos de novo o céu, abre-nos generosamente as portas do paraíso, honra-nos mais do que os próprios anjos. E com as águas divinas do batismo, apaga as imensas e inextinguíveis chamas do inferno.

Os homens são concebidos duas vezes: uma corporalmente, a outra, pelo divino Espírito. Acerca de um e de outro nascimento, escreveram muito bem os autores sagrados. Citarei o nome e a doutrina de cada um.

João diz: A todos que o receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,12-13).

Todos os que acreditaram em Cristo, afirma ele, receberam a capacidade de se tornarem filhos de Deus, quer dizer, do Espírito Santo, e participantes da natureza divina. E para ficar bem claro que o Deus que gera é o Espírito Santo, acrescenta estas palavras de Cristo: Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (Jo 3,5).

A fonte batismal dá à luz de maneira visível nosso corpo visível, pelo ministério dos sacerdotes; mas o Espírito de Deus, invisível a todas as inteligências, é que batiza e regenera simultaneamente o corpo e a alma, pelo ministério dos anjos. João Batista, historicamente e de acordo com esta expressão: da água e do Espírito, diz a respeito de Cristo: Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,11; Lc 3,16).

Como um vaso de barro, o homem precisa primeiro ser purificado pela água; em seguida, fortalecido e aperfeiçoado pelo fogo espiritual (Deus, com efeito, é um fogo devorador). Precisamos, portanto, do Espírito Santo para nossa perfeição e renovação. Pois o fogo espiritual sabe também regar, e a água batismal é também capaz de queimar como o fogo.

Paz e Bem!

Fonte: Do Tratado sobre a Trindade, de Dídimo de Alexandria

(Liv. 2,12: PG 39,667-674)(Séc.IV)


Publicado por Frei Fernando Maria em 06/05/2013 às 21h57
 
23/04/2013 09h13
ASSIM É DEUS...TRINDADE INDIVISA, UNIDADE TRINA...

 

ASSIM É DEUS...TRINDADE INDIVISA, UNIDADE TRINA...


Símbolo «Quicumque», atribuído a Santo Atanásio (entre 430 e 500)
 

«Eu e o Pai somos Um»

 

A fé católica é esta: que veneremos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, não confundindo as Pessoas, nem dividindo a substância. Porque uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, e outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual à Sua glória e coeterna à Sua majestade. Tal como o Pai, assim é o Filho e o Espírito Santo; incriado o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo. [...] O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus; contudo, não são três deuses, mas um só Deus. [...]

A fé verdadeira consiste em que acreditemos e confessemos que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus gerado da substância do Pai antes do início dos tempos; é homem nascido da substância de Sua Mãe no tempo. Perfeito Deus e perfeito homem, que subsiste com alma racional e carne humana, igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade. E embora seja Deus e homem, não há dois cristos, mas um único Cristo; um, não porque a divindade se tenha dissolvida na carne, mas porque a humanidade foi assumida por Deus. Absolutamente uno, não por confusão das substâncias, mas pela unidade da Pessoa. Pois assim como a alma racional e o corpo constituem um só homem, assim também Deus e homem constituem um só Cristo. O Qual padeceu pela nossa salvação, desceu à mansão dos mortos e ao terceiro dia ressuscitou. Subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai omnipotente, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 23/04/2013 às 09h13



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